O preconceito racial ainda é visível na sociedade brasileira, apesar de tão negado pela população. Do ponto de vista conceitual, o racismo surge no século XIX, graças à concepção biológica (e hoje inadequada) de “diferenças de capacidade entre raças”. Mas se pode dizer que racismos em terras brasileiras existem desde que os europeus aqui chegaram.
Hoje o termo “racismo” deixou de ser um conceito, pelo menos um conceito simples de definir, mas de alguma maneira remete a um conjunto de atitudes que têm como motivações os preconceitos contra características físicas, procedência social e/ou cultural, entre outras.
O esporte, e particularmente o futebol, é constantemente citado como exemplo de que no Brasil o preconceito inexiste. O exemplo fica ainda mais convincente diante da comparação com acontecimentos nos países europeus, onde são comuns os casos de ataques raciais por parte de torcedores.
Mas o que pode ser um agravamento das questões raciais, a transmissão em rede para todo mundo de exemplos de preconceitos entre torcedores, de torcedores em relação a jogadores, ou entre jogadores, pode ter um efeito benéfico. Cada jogada, cada falta e cada xingamento está sendo captado por câmeras espalhadas em todo o gramado e explanados em TVs, rádios e jornais, o que facilita a detecção do preconceito racial.
A reação acaba sendo imediata. Hoje o movimento contra o preconceito racial nos esportes é grande e um dos melhores exemplos foi à campanha desencadeada na última Eurocopa.
Representantes do Esporte e suas ações
O secretário-executivo do Ministério dos Esportes, Orlando Silva de Jesus Júnior, que já participou de debates sobre o racismo no esporte na Comissão de Direitos Humanos, solicitou à FIFA, Federação Internacional de Futebol, que o combate ao racismo faça parte das regras do jogo.
Os exemplos também partem da sociedade civil. “O esporte deve ser o instrumento básico para o fim do preconceito no mundo”, diz Roberto Martinho, mais conhecido como Martinho, advogado há mais de dez anos. Devido à paixão pelo esporte, Martinho decidiu se especializar em direito desportivo. Ele possui um blog (www.confrariadosesportes.com.br) onde atua a fim de combater o preconceito dentro do esporte.
Segundo Martinho, o preconceito é algo muito sério “porque na verdade a raça é humana e não negra ou branca”, conforme se ouve.
Outro fator interessante citado por Martinho em seu blog é o preconceito que paira sobre a mídia.
Martinho diz que a melhor maneira para diminuir o preconceito dentro ou fora do esporte seria um trabalho em conjunto das mídias, confederações, federações e operadores das legislações desportivas, onde deve ser dado um novo foco, outra visão para o preconceito.
Mas e o Brasil, o país teria motivos para entrar nesta luta contra o “racismo” no esporte, e principalmente no futebol, se por aqui se nega tanto que o preconceito, principalmente nos campos, exista?É lógico que sim, pode-se responder. Até porque a melhor maneira de combater um mal é tendo consciência das suas dimensões e conhecendo a sua realidade
E para vocês leitores o que acham que deviam fazer para acabar com o preconceito?